quarta-feira, 4 de maio de 2016

Cachorros, Dogs, Doguinhos. #1

   Olá, planeta!! O assunto que eu vou abordar hoje é sobre cachorros abandonados.

   Por mais clichê que seja esse assunto, ele ainda precisa ser muito discutido. Não importa quantas campanhas de conscientização, feiras de adoção ou lar de passagem existam, ainda há muito abandono e maus tratos, mesmo tendo punição prevista em lei (Art. 32, da Lei Federal nº. 9.605 de 1998 e Art. 164 do Código Penal).
   Estou sentindo isso "meio" que na pele, pois estou morando a apenas uns 4 meses no litoral do Paraná e fui lar de passagem de 3 filhotes, ainda estou sendo de uma e cuido de pelo menos uns 4 cachorros que eu abrigo nos dias frios e dou uns carinhos.
   Porém, aqui em casa já cheguei a ficar com ONZE cachorros de rua, tirando as filhotinhas. Tentei procurar ajuda por parte da prefeitura. E, apesar do Ministério do Meio Ambiente fornecer castração gratuita de fêmeas, isso não muda nada para os dogs que já estão em situação de rua. Não consegui nenhum tipo de auxílio. E, como a estudante quebrada que eu sou, já me peguei chorando por não saber se ia conseguir alimentar pelo menos os filhotes.




   Dois meses depois de ter chegado aqui no litoral, talvez três, eu já estava com a casa cheia de cachorro, uma cadela no cio e ainda achei três filhotinhas abandonadas no meu bairro, que é mato para todo lado. Duas das filhotinhas estavam no meio da rua e uma dentro da caixa em que foram abandonadas. Três fêmeas, irmãzinhas e lindas. Estavam cheias de carrapato e com algumas pulgas. Dei banho nelas com uma mistura caseira, que deu certo (no fim do post eu coloco a receita da mistura).
   Foi por causa delas que eu chorei pela primeira vez. Não tendo dinheiro para comprar ração toda semana para elas, sem auxílio nenhum da prefeitura, nova na cidade e a única ONG que encontrei nessa cidadezinha de 30 mil habitantes diz que só trabalha com conscientização e castração (porém, a castração, como eu já havia dito, na realidade é fornecida pelo Ministério do Meio Ambiente), já teve dias em que só pude dar arroz puro para elas comerem.
   Mesmo passando por dificuldades, as três foram adotadas por pessoas maravilhosas. E se eu tivesse fechado meus olhos e simplesmente aceitado o fato de eu não ter condição financeira, talvez elas ainda estariam na rua, ou em situação pior.


   Antes mesmo de eu achar um lar para as outras filhotas, uma senhora, uma de minhas vizinhas, apareceu no portão perguntando se eu tinha uns filhotinhos. Achando que era para adotar, levei as filhotinhas para ela dar uma olhada. Mas na verdade, ela estava com outra cachorrinha em situação de rua e queria saber se a gente não poderia cuidar dela também, pois  ela já tinha 9 cachorros e não conseguiria tomar conta de mais um. Ela ofereceu trazer ração para as filhotinhas até conseguirmos achar um lar para elas.
   A Novata (como chamamos ela até hoje) está bem magrinha. Infelizmente não tenho condições de levá-la a um veterinário. Porém, dizem que aqui na cidade tem uma clínica com duas moças que cuidam de animais de rua. Talvez consiga ajuda para essa pequena.

   Os outros cachorros são mais velhos, eles sempre voltam alimentados da rua. Só preciso me preocupar em dar uma caminha quentinha para eles nas noites frias e um carinho, que é o que eles mais vêm buscar.
   Mesmo eu me preocupando com o bem estar deles, nem todo mundo se preocupa. Esses dias atrás, enquanto me seguia para uma farmácia (sim, pelo menos três dos cachorros de rua que dou carinho me seguem para todos os cantos) um dos cachorros, nomeado como Percival, foi atropelado por um caminhão. O caminhão viu ele de longe, mas não parou e nem diminuiu a velocidade, nem mesmo quando passou por cima dele. O Percival morreu na hora e enquanto eu e uma amiga chorávamos e pedíamos para os carros desviarem, um taxista me gritou de dentro do conforto do carro dele: "Continua na rua e você será a próxima a ser atropelada". Nesse momento percebi que se as pessoas não conseguiam sentir empatia nem por seres da mesma espécie, imagina só para com os de outras. No fim eu e a minha amiga conseguimos uma caixa e um saco e carregamos o Percival para ser enterrado. Que ele descanse em paz.




   Os cachorros foram domesticados pelos seres humanos a cerca de 500 mil anos atrás. Na época não era com a mesma finalidade de hoje, de ter um amiguinho animal. Mas nós tiramos a selvageria deles, os tornamos dependentes. E hoje deixamos vários morrer por mero descaso e as vezes por maldade mesmo.

   Não falo só pelos cachorros, mas por todos os animais que são abandonados ou maltratados, sejam mamíferos, aves, répteis, sejam domésticos ou para abate, seja pequeno ou grande. Nós seres humanos nos julgamos muito evoluídos, mas não provamos isso em prática. Nos aproveitamos da vida animal, os escravizamos em algumas situações. Não digo que é errado ter um bichinho, eu tenho um monte no meu quintal e abrigaria mais um monte se eu tivesse toda essa condição. Mas a diferença é em como ele é tratado. Você leva seu amiguinho para passear? Brinca com ele? Deixa ele brincar e socializar com outros seres? Ele tem um mínimo de liberdade? Ele vive preso? Numa coleira? Numa gaiola? Ele só está ali para ser devorado? Você dá amor para ele?
   Independente de religião, certa vez eu vi que para os espíritas os seres humanos são espiritualmente mais evoluídos que outros animais, por terem consciência. E que por isso temos uma responsabilidade em cima deles, principalmente dos animais domésticos, que estão mais próximos de uma evolução espiritual. E que nosso dever é ajudá-los a alcançar essa evolução e para isso devemos oferecer-lhes amor.
   Não sou espírita, mas acho esse pensamento válido (sem entrar no mérito de quem é mais evoluído espiritualmente, pois eu tenho algumas dúvidas quanto a isso). E espero que mais pensamentos como esses sejam propagados, se tornem clichês. Por respeito à todos os seres, ao nosso planeta, à biodiversidade, ao amor (que também é um clichê, mas talvez o melhor clichê que exista).



   Por último, como prometido no início do post, o remédio caseiro para pulgas e carrapatos, que eu tirei diretamente o blog Missão Pet:

1º Remédio:
- 2 colheres (sopa) de vinagre branco;
- 1 colher (sopa) de álcool;
-1 litro de água.
Modo de fazer:
   Apenas misturar todos os ingredientes.
Modo de utilização:
   Dar banho normalmente no cachorro e enxaguá-lo. Passar a mistura no corpo inteiro do amiguinho, não esquecendo de mergulhar as patinhas na mistura (muitos carrapatos ficam entre os dedinhos deles).
   Você também pode utilizar a mistura para limpar a casa, caso esteja com suspeita que ela virou foco de carrapato ou de pulga. Para isso, basta você limpar a sua casa normalmente e depois passar um pano com a mistura (principalmente nos cantos e no quintal), deixando ele secar normalmente.


2º Remédio:

- 1 litro de álcool (de preferência o de cereais que age melhor que o de super mercado);
- 30g de cânfora (você acha para vender em farmácias);
- 100 g de cravo da índia;
- 1 copo de vinagre branco.
Modo de fazer:
   Misture o cravo e a cânfora e deixe em infusão até dissolver a cânfora. Misture todos os ingredientes e coloque-os em um borrifador.
Modo de utilização:
   Antes do banho, borrife a solução no pet (tomando cuidado com os olhos, boca e fucinho) e enrole-o numa toalha. As pulgas sairão mortas e os carrapatos semi-mortos.
(Obs.: A solução também é conhecida como FrontLine caseiro, por sua eficiência, e deve ser utilizado, de preferência, a amiguinhos com mais de um ano, por ser uma solução 'forte')
   A mistura também pode ser borrifada pela sua casa e pela casinha dos amiguinhos, para acabar com foco.

   É isso que eu tenho para oferecer, por enquanto, galera! E um beijo na boca de todas as pessoas que estão na luta pela proteção de todos os seres que habitam esse ou outros planetinhas.

   Obrigada pela atenção! Se tiverem dicas de outros remédios caseiros para os amiguinhos, seja pra pulga, pra verme, ou o que for, deixe aqui no comentário! Quanto mais informação, melhor!

Beijão. Até a próxima.

2 comentários:

  1. Infelizmente, nem todo mundo se conscientiza e toma uma posição a respeito. O problema das pessoas é achar que não é problema delas, mas é.

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    1. Nem que não fosse. Como podemos nos categorizar como os seres mais evoluídos do planeta terra e não conseguimos sentir empatia nem por nós mesmos? E acabamos condenando outras vidas, outros seres, sem o menor peso na consciência.

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